VIDA
MÍNIMA
o
que procuro da vida tão mínima
não
é o que se perde: medo e esfinge
nem
a falsa alegria, a pantomima,
mas
o corpo que saiba ser a síntese
das
manhãs como pedra de alquimia
o
que procuro da vida não mínima
é
que ela não seja esta mulher-ínsula,
sempre
com outros olhos e outra língua,
mas
a que hoje me acolha com mãos íntimas
e
me dispa do que em mim é exílio
o
que procuro da vida chão mínimo
não
é a terra árida que não vinga,
tampouco
o descaminho da via íngreme,
mas
o movimento da água que anima
o
sonho em nós ainda verossímil
o
que procuro da vida grão mínimo
é
achar na leitura de seu índice –
um
substantivo comum feminino –
o
fio, a saída do labirinto
o
sol contínuo, simples como um sim
Marcus Vinicius Quiroga
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