CINEMA EM
PRETO E BRANCO
(Composições em preto e branco)
O tempo amarela na tela do cinema:
despede-se no fotograma que se queima.
Não se recupera a vida na moviola,
toda cena efêmera não sai da memória.
Na sala de espera, a música do piano
faz com que o relógio do tempo não se canse.
De forma que não se sinta a fugacidade,
nem se espere da vida um tipo de resgate.
O tempo amarela na tela da memória:
a matinê que se repete não recorda
as lembranças desta época no “poeira”.
A câmara afasta a juventude desfeita.
Do lado de fora uma vida em preto e branco,
um filme do neorrealismo italiano,
alertava que em cada um dos fotogramas
um pouco de nós se perdia, fora do ângulo.
Marcus Vinicius Quiroga
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