DIÁLOGO
DEL ESPEJO
enquanto
Pessoa se escanhoa
surge-lhe
Caeiro e a metafísica
inquieta-lhe
talvez a vida dupla
haveria
um sentimento de culpa
de
nem sempre ser ele mesmo?
coisas
de poeta. A pele áspera
se
oferece à lâmina afiada
e
o diálogo lento se trava
que
me diz, Caeiro, sua obra
com
que fingidamente filosofa?
bem
sabes tu, falso mestre,
toda
palavra é em si fictícia
nada
do que digo é o que digo
diz
isto, pois existe só em jogo
diante
de mim, modelo-reflexo
não
te peço que me creias
tu
que, escondido em faces alheias,
não
te aceitas como não és
Enquanto
o tempo se escoa
Pessoa
se cala. Tudo o mais são papéis.
Marcus Vinicius Quiroga
Nenhum comentário:
Postar um comentário