(Autoestrada para Tebas)
quanto mais o verso investiga,
menos sabe e bem mais duvida,
que este é seu destino e tragédia.
o corpo, tão frágil e eterno,
é o que se avista mais perto
nesta estrada que vai a Tebas.
nas mãos sustém suas escolhas:
o mundo é como ele o olha,
não os seus acontecimentos.
quem escreve é um porta-voz,
que traz também a fala oposta,
pois os fatos dois lados têm.
e a escrita tanto se cifra,
como cifra o que é o não-dito,
além do que se lê na folha.
Tebas não é só a cidade,
é o discurso de quem evade
e sustém nas mãos as escolhas.
quem carrega Tebas na carne
sabe o que lá dentro se parte
e o que não mais se reconstitui.
não faz diferença onde esteja:
traz a cicatriz no desejo
e uma vida absurda, gratuita.
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