PUGILISMO
(Poemas não usam soco inglês)
Todo poeta se finge um boxeador,
que se entrega de corpo à luta vã
de lutar com palavras, de dobrá-las
a seus desejos, na página plana,
como se arena de combate fosse.
Todo poeta é fã de jogo de boxe
e aprecia seus termos metafóricos.
Por isto diz que o verso deu um jab,
seguido de diretos no silêncio,
levando-o a ter mais uma queda.
Todo poeta repete o senhor Hemingway,
que adorava dar murros sem as luvas
nos textos que eram muito além do peso.
As mãos sangrava nas palavras brutas,
até torná-las mais leves e enxutas.
Marcus Vinicius Quiroga
Nenhum comentário:
Postar um comentário